Depois da diferença entre o resultado das pesquisas eleitorais e os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no fim do primeiro turno do último domingo (2), os institutos de pesquisa, especialmente Datafolha e Ipec, têm sido alvo de ataques. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados reclamam da diferença nos resultados e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai votar na próxima semana um projeto de lei sobre prazos de pesquisas eleitorais.
O parlamentar também afirmou, na última quinta-feira (6) afirmou que a instalação de uma CPI sobre os institutos deve acontecer assim que as assinaturas forem colhidas.
Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que encaminhou à Polícia Federal um pedido para abrir inquérito sobre os institutos de pesquisas eleitorais. Além disso, a campanha de Bolsonaro chegou a Procuradoria-Geral Eleitoral e o TSE contra os institutos.
Diante da movimentação ofensiva, a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) divulgou comunicado no qual diz haver “tentativas de judicialização e politização” nas eleições brasileiras contra as empresas de pesquisa de intenção de voto.
“Instituto de pesquisa é como juiz de futebol: seja qual for o resultado, a mãe dele sempre será xingada”, diz, em tom bem-humorado, Carlos Augusto Montenegro, diretor do Ibope por mais de 30 anos e atualmente um dos acionistas do Ipec.